quinta-feira, 12 de agosto de 2010

doce frustração


Quis gritar

Calar o silêncio que preenchia o seu apertado peito

Chorava

As grossas e pesadas lágrimas percorriam-lhe o rosto lentamente

Eram rios de lava

Queimavam-lhe a pele ao longo dessa demorada descida

O ar

Sentiu-o fugir-lhe

Escapar-se-lhe por entre os pulmões cada vez mais contraídos

Gritou novamente

O som inaudível do desespero da sua voz não chegou além da garganta

Esperneava

Seres inexistentes prendiam-lhe os membros com forças invisíveis

Incapacitada

Queria

Tentava

Lutava em vão

Não alcançando mais que uma doce frustraçao

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