Início do fim
Final
(re)Começo
Não o sei...
Apenas agora percebi que deixaste em mim um quarto,
um pequeno quarto que pensava estar já trancado,
de cuja porta pensava ter perdido a chave,
cuja fechadura pensava ter preenchido com cimento
Para não mais lá entrar.
Malditas emoções
Malditos sentimentos
Há apenas oito dias estava pronta
mais do que preparada
Interiorizara e aceitara a forte probabilidade de não nos voltarmos a cruzar,
nem mesmo apenas os nossos olhares.
Maldito destino
Quis ele que esse dia
(o suposto encerrar de uma etapa, o começar de uma outra)
(o início de inúmeras extravagantes e inesquecíveis novas aventuras)
se tornasse naquele que viria a ser o re-despoletar dos sentimentos
Quis ele que os nossos caminhos não se descruzassem (para já)
Eu soube-o,
soube-o logo
Achei-me sarada, mentalizada, diferente, fortalecida.
De facto estou
Contudo estes factos não invalidam a realidade
Os sentimentos adormecidos estiveram sempre despertos, atentos, prontos a entrar em ebulição
(haviam simplesmente sido reprimidos no mais recôndito canto da minha racionalização dos mesmos)
Hoje pensei em ti
pensei em ligar-te
queria ouvir o tão distante som da tua voz
Decidi não o fazer
Mas bastaram trinta minutos, meia hora, para o telemóvel tocar
Pensando eu tratar-se de um alarme errado olhei desinteressada desviando o olhar instantaneamente
Tão rapidamente o o desviei como voltei a direccioná-lo para o visor.
Senti-me cair de um precepício
Eras tu
Falámos, falámos
mais do que seria suposto face ao propósito da tua chamada.
Agora
aguardo anciosamente por ouvir de novo a tua voz, perder-me na imensidão dos teus olhos azuis e sentir o teu cheiro que tão bem reconheço mesmo quando separados por quilómetros
sinto a tua falta
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