domingo, 19 de julho de 2009

ausências


Deambulo pelos locais que costumávamos frequentar na esperança vã de me cruzar contigo. Procuro encontrar os sinais inexistentes que me dizem que voltarás.

E recordo...

Recordo constantemente e de forma insessante todos os momentos que passámos juntos.

Não consigo esquecer.

A tua sonora e contagiante risada está gravada na minha memória. E o teu cabelo... Os teus longos cabelos castanhos que quando beijados pela luz do sol se tornam loiros avermelhados... Como era para mim difícil manter os dedos afastados dessas sedosas chamas.

Dou por mim perdido, encontrando-me numa outra realidade. Naquela em que te verei uma vez mais entrar por esta perra porta e iluminar por completo o espaço que te envolve com a tua habitual boa disposição e alegria singulares.

Passo demoradas horas e longos dias a olhar essa mesma porta, acreditrando na tua chegada, desejando a tua presença apenas para te poder dizer o quão certa estavas quando num tom jocoso me dizias que não ia suportar as saudades. Apesar das minhas risadas, eu já sabia aquilo que o tempo apenas viria aconfirmar.

Regressei ao monocromatismo que coloria os meus dias antes de me mostrares a pluralidade de tons que a paleta tem para oferecer.

Tento recordar essas tonalidades mas a saudade esfumou-as, são agora uma difusa neblina.

Tal como a tua presença...

1 comentário:

  1. Mesmo estando ausente, ainda passeias na minha vida...

    Sabes quem sou.

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