
“Beija-me” dizia ele agarrando-a efusivamente e os seus lábios uniam-se numa melodia perfeita que até o próprio Mozart invejaria. Quem os visse conseguiria aperceber-se da paixão latente nos seus olhares.
“O que teria acontecido?”. Passado todo este tempo continuava a questionar-se. Ainda pensava nele de mesma maneira… Aliás, os sentimentos que por ele nutria não sofriam qualquer alteração além de um descontrolado aumento a cada dia que passava.
Nunca ninguém a havia feito experimentar tais sensações. Mal o via, o seu coração acelerava de tal modo que chegava a temer um colapso cardíaco. Bastava ouvir o seu nome por ele pronunciado para todo o seu corpo entrar em ebulição, os pêlos dos braços levantavam, as mãos tremiam, os joelhos fraquejavam e toda uma torrente de emoções flamejava no seu peito.
Se almas gémeas existiam aquela era a sua.
“Ás vezes penso se não irei acordar e aperceber-me de que tudo isto não passou de um sonho. Tenho vontade de me meter por baixo do lençol. Fechar os olhos e tentar sentir que estou longe disto a que chamam vida. O amor foge-me entre os dedos, não consigo evitar. Quero ter coragem para agarrar a oportunidade e vacilo como um vagabundo sem rumo. É cruel a verdade das coisas. Tento fingir que não sinto mas as lágrimas escorrem e não há dia nem hora em que não derramem o meu esforço. Entretanto, apareces-te tu, do nada, como um ser iluminado.
È melhor para os dois.
Apenas quero que saibas que até agora não encontrei mulher mais parecida com a perfeição.
Amo-te Sofia.”
Leu e releu estas palavras. Sentia-as como lanças a trespassar-lhe o coração. Como seria possível alguém proferir um texto desta índole ao despedir-se do outro? Porque é que na sua vulgar banalidade ele via perfeição? Sendo ela um ser tão imperfeito…
As suas tentativas em compreender esta complexidade deixavam-na exausta, frustrada… E ao mesmo tempo, completamente envolvida neste turbilhão de emoções.
“Quando duas pessoas se amam, se uma morre a outra não suporta a perda. Põe termo à sua vida também. Um dia, se casar, será assim.”
Estas palavras ecoavam na sua cabeça… Estas e outras. Mas que interessava isso? Era só mais uma. Mais uma mas não para ele. Mais uma perante a imensidão deste universo. Sempre se sentiu diferente… E era. Um ser único e complexo igual a tantos outros misturado no emaranhado de massa humana que é este planeta.
“Quero morrer” pensou. Já nada fazia sentido. Talvez assim ele percebesse o quão penosa era a distância. Valeria a pena? Segundo Pessoa tudo vale a pena quando a alma não é pequena… Tinha que o fazer. Ia finalmente deixar uma marca neste mundo, nele. Estava tão certa disto como… do seu amor por ele (?).
Olhou através do vidro baço da cozinha. Finalmente o Sol brilhava. Não se lembrava de sentir o calor no seu rosto, no seu corpo, em si. Afinal todo o fim tem um começo. Chegara a Primavera. Sentia-se acompanhada.
- Amo-te Victor…
“O que teria acontecido?”. Passado todo este tempo continuava a questionar-se. Ainda pensava nele de mesma maneira… Aliás, os sentimentos que por ele nutria não sofriam qualquer alteração além de um descontrolado aumento a cada dia que passava.
Nunca ninguém a havia feito experimentar tais sensações. Mal o via, o seu coração acelerava de tal modo que chegava a temer um colapso cardíaco. Bastava ouvir o seu nome por ele pronunciado para todo o seu corpo entrar em ebulição, os pêlos dos braços levantavam, as mãos tremiam, os joelhos fraquejavam e toda uma torrente de emoções flamejava no seu peito.
Se almas gémeas existiam aquela era a sua.
“Ás vezes penso se não irei acordar e aperceber-me de que tudo isto não passou de um sonho. Tenho vontade de me meter por baixo do lençol. Fechar os olhos e tentar sentir que estou longe disto a que chamam vida. O amor foge-me entre os dedos, não consigo evitar. Quero ter coragem para agarrar a oportunidade e vacilo como um vagabundo sem rumo. É cruel a verdade das coisas. Tento fingir que não sinto mas as lágrimas escorrem e não há dia nem hora em que não derramem o meu esforço. Entretanto, apareces-te tu, do nada, como um ser iluminado.
È melhor para os dois.
Apenas quero que saibas que até agora não encontrei mulher mais parecida com a perfeição.
Amo-te Sofia.”
Leu e releu estas palavras. Sentia-as como lanças a trespassar-lhe o coração. Como seria possível alguém proferir um texto desta índole ao despedir-se do outro? Porque é que na sua vulgar banalidade ele via perfeição? Sendo ela um ser tão imperfeito…
As suas tentativas em compreender esta complexidade deixavam-na exausta, frustrada… E ao mesmo tempo, completamente envolvida neste turbilhão de emoções.
“Quando duas pessoas se amam, se uma morre a outra não suporta a perda. Põe termo à sua vida também. Um dia, se casar, será assim.”
Estas palavras ecoavam na sua cabeça… Estas e outras. Mas que interessava isso? Era só mais uma. Mais uma mas não para ele. Mais uma perante a imensidão deste universo. Sempre se sentiu diferente… E era. Um ser único e complexo igual a tantos outros misturado no emaranhado de massa humana que é este planeta.
“Quero morrer” pensou. Já nada fazia sentido. Talvez assim ele percebesse o quão penosa era a distância. Valeria a pena? Segundo Pessoa tudo vale a pena quando a alma não é pequena… Tinha que o fazer. Ia finalmente deixar uma marca neste mundo, nele. Estava tão certa disto como… do seu amor por ele (?).
Olhou através do vidro baço da cozinha. Finalmente o Sol brilhava. Não se lembrava de sentir o calor no seu rosto, no seu corpo, em si. Afinal todo o fim tem um começo. Chegara a Primavera. Sentia-se acompanhada.
- Amo-te Victor…
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